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terça-feira, 14 de junho de 2011

Estudantes mineiros sofrem com a falta de livros didáticos na metade do ano letivo

Em Itabirito, a 50 quilômetros de Belo Horizonte, as aulas duram apenas 20 minutos. Os outros 30 são para os alunos copiarem a matéria do quadro e terem o que estudar depois. Muitos também acabam interrompendo outras turmas para pegar o material.

Quase no fim do primeiro semestre letivo, ainda há alunos de escolas públicas sem os livros didáticos. A situação, em Minas Gerais.
Depois da aula, João Vitor tenta estudar para a prova. Mas, não consegue porque recebeu apenas três dos seis livros didáticos. “A gente tem que estudar em dobro. Sem livro fica meio difícil”, conta o menino.
Em muitas escolas mineiras, os livros disponíveis são edições antigas e ficam trancados em armários. Em Itabirito, a 50 quilômetros da capital, alunos acabam interrompendo a aula de outras turmas para pegar o material.
Em uma escola, a aula dura 50 minutos. De acordo com os professores, os 20 primeiros minutos são para as explicações sobre as matérias. O restante, meia hora, os estudantes gastam copiando a matéria do quadro.
Esta é a única maneira deles estudarem, já que ninguém pode levar para casa os livros didáticos.
A professora de ciências prefere ditar: “Você pode observar que uma parte da sala já terminou e outra parte da sala ainda está fazendo. Então eu prefiro às vezes ditar, porque aí eu coloco a turma toda no mesmo nível”, conta a professora Alessandra Paranhos.
“A mão dói, dá até calo aqui nas pontas”, brinca o menino.
E tem outros problemas: “Os livros do ano passado já estão todos rasgados. Tão todos riscados”, afirma uma menina.
Além disso, as novas regras do acordo ortográfico não estão atualizadas. “Aprendendo um pouco errado”, diz outro menino.
De acordo com as secretarias de Educação de Belo Horizonte e Itabirito, a previsão do número de alunos, feita em 2010, ficou abaixo dos matriculados em 2011.
“O livro é importantíssimo, porque é um trabalho igual para todos, é o recurso que a gente tem, como escola pública é o nosso recurso principal. Mas a gente gostaria de ter livro para todas as turmas e nós estamos realmente em defasagem”, explica a professa Conceição Aparecida.
A Secretaria da Educação de Minas Gerais anunciou que vai pedir o aumento da reserva técnica de livros didáticos de 10% para 15% a partir do ano que vem. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação declarou que a falta de livros é resolvida, na maioria das vezes, com a reserva técnica, mas não informou quando vai repor os livros nas escolas mineiras.

Diretoria de Comunicação UMES Regional
Gestão Ousadia para Avançar 2009/2012